Depois que tudo se acaba o que te sobra?
Depois que todos saem o que te deixam?
O que sente quando à noite te vê só?
Só o vazio, o cheiro de cigarro e bebida no ar.
Que vazio é esse que te persegue que faz encher
A casa e depois deitar nos braços da solidão?
Que te move à noite no bar da sua alma?
Sente o frio e o peso da vida!
Quantos não te falaram e você não quis ouvir?
Quantos te ouviram sem te querer falar, calar não
Pode mais, a noite segue e você, cega segue!
Quantas caras sorridentes, dentes amarelos
Pelo fumo do tabaco, quantos olhos vermelhos,
Vazios de brilho, fingindo uma alegria que se acaba
No fim da noite. Bocas abertas, bebidas na mesa,
Garrafas vazias, mentes vazias, corações enganados,
Alegrais falsas, gargalhadas entristecidas,
Teu olhar perdido, disfarçado, não dá pra enganar,
Quem te conhece te vê assim perdida, fugida de si
Mesma, na mesa o cigarro, na mão o copo vazio
Vazio de vida, de alegria, seu rosto marcado
Olhar apagado, corpo curvado que um dia foi
Alegria e desejos puros nos braços do amado.
Sua alma se apaga na fumaça de mais um cigarro
que agora acende, adormece no gole ardente!
A noite cai astuta e lentamente no colo de ALGOL.
Márcia Raphael
20/10/11
21:01
(Olhando suas fotos, vendo sua alegria e lembrando o que foi sua vida quando éramos meninas, adolescentes, amigas, seu olhar, seu sorriso ainda são os mesmo, mas agora já não reconheço neles o brilho de antes, suas noites, mágoas e dores o que fizeram daquela inocente e alegre menina? Quem é você agora? Não te reconheço mais!)
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