A dor é algo muito sentido nos dias de hoje.. em todas as formas, em todas as vidas sempre há uma certa dose de dor… até nas pequenas e lindas crianças… essa tal dor se faz presente, como se fosse um remédio diário que precisamos tomar… pra curar algo crônico que levará a vida toda pra cicatrizar…
A dor que eu sinto é só minha… só dói em mim, no meu peito, na minha alma, ou em meu corpo, mas com ela eu me fortaleço, posso usá-la para sair forte ou fraca da situação… em qualquer momento ela pode cessar… pode sumir e me deixar respirar por alguns momentos, mas é como se ela estivesse ali do meu lado, a me espreitar, a me observar e esperando o momento certo pra atacar novamente..
Me observa, me analisa, espera… se eu baixar a guarda ela pega… é assim que a vejo, mas sei também que ela nos serve de remédio, para nos fazer ver que há algo errado… se dói é porque erramos em algum ponto, relaxamos. Vejo a dor como amiga, como alguém que diz… "Cuidado, muito cuidado… fique atenta, não se distraia…" Também a vejo como inimiga me dizendo " você errou, você é culpada por eu estar aqui” Mas por outro lado ela é meu anestésico. Mas essa dor me ataca suavemente agora, mais leve, como se ela própria estivesse se sentindo doída de me atacar… como se ela mesma se culpasse, vem de leve com cuidado, vem sem som, como se fosse a noite fria invadindo a alma…. Mas se eu me distraio, ela me congela… sem piedade!
Márcia Raphael - 2007
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