(Que dramático, intenso, sofrido, como sou exagerada quando amo...rsrsr nem me lembrava mais disso, que coisa maluca isso tudo, mas interessante poder reler e refletir)
O sentimento parece ter vida própria, parece um ser único que entra e toma posse dos meus centros, como um ladrão que invade em busca de algo precioso, e quando acha ataca, fere, sangra, me deixa indefesa. Luto com os pensamentos, como uma gladiadora medieval e sua imagem não me deixa cair, meu apoio é você, minha força vem da imagem que trago em meu coração. Meu amor por você me alimenta me dá a confiança para não desistir de tudo e cair nas garras do ladrão que insiste em me ferir.
Sinto uma dor dilacerante quando não te vejo, quando não falo com você, quando não ouço sua voz. Lembro dos momentos que estivemos juntos, noites, dias e tardes cheias de amor, fantasias, sonhos e palavras lindas, palavras de uma vida em comum, de uma vida que já tivemos a milênios.
Sinto um nó na garganta e não consigo segurar as lágrimas que caem contra minha vontade. Ouvindo aquela música todos meus sentimentos vêem a tona, vejo fantasmas surgirem na minha frente, mostrando seus risos, seus sabores, seus olhos, cheiros, gozos, e corpos quentes em êxtase. Apesar de não te ter comigo, suas fotos mostram o quanto você foi real em mim. Meu amor queima em meu peito e esse calor suplanta tudo que não pude ainda em você.
Passo a noite em claro vendo você em minha mente, perco o caminho para Morfeu, que tantas vezes me recebeu em seus braços e me levou a você. Essa dor me rasga o peito; não posso suportar que não tenho você aqui. Leio e releio as frases sagradas de Adonai, Corpus Hermeticum de Hermes Trimegisto, Poimandres, Socrates e outros tantos. Mas não consigo me libetar desse mundo de 48 leis…e tudo recai em você novamente!
A lubricidade da noite me faz te sentir e mesmo assim a dor permanece. Sei que você esta em algum lugar agora com alguém que não sou eu e isso me faz sentir a vontade de não “ser” mais. Sei o caminho, mas a tempos fujo, reluto, grito e choro, mas estarei nele um dia, “and you will be there”. E nesse incessante retorno da Roda do Sansara tudo se faz igual, e sei que você entende como eu o quanto nós nos pertencemos!
Nada se acalma em mim, tudo queima e arde de desejos, até minha alma se agita e sei que ela busca por algo em você que euconheço bem á milênios. Sinto o anseio me consumir enquanto você se deita e abraça outro corpo que não é o meu, enquanto beija outra boca que não é a minha. Sua busca será incessante, nada será ou terá meu sabor de amor milenar, de amor atemporal, e cada vez que você tocar outro corpo, será a mim que buscará. Estarei aqui, esperando por você, para juntos matarmos nossa sede em nossos corpos, porque sabemos que nos pertencemos além do tempo e da materialidade.
A brisa entra por minha janela avisando que a madrugada chegou, mas meu sono se foi como um menino que foge e meus pensamentos voam pra você, e te vejo nos braços de alguém. Quem dera fosse eu! Ao meu lado só a dor é companheira agora, e meu coração não se aquieta! Vou aceitar essa dor como remédio para suportar sua ausência! Nada além de você me preenche, nada me dá alegria, só você pode alimentar minha alma.
Márcia Raphael - Madrugada de 25 02 2007.
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