09/08/2014

A causa dos comportamentos destrutivos

Adotamos alguns comportamentos que nos causam prejuízo. São coisas que fazemos que muitas vezes temos consciência que são nocivas, mas continuamos a fazer mesmo assim. Exemplos: dormir poucas horas; trabalhar em excesso; não praticar alguma atividade física; fumar; deixar de ir ao dentista; beber em excesso; manter-se em um relacionamento destrutivo; gastar dinheiro com algo completamente inútil; deixar tudo desorganizado; alimentar-se mal e etc.. São comportamentos que acabam prejudicando a saúde, a parte financeira, os relacionamentos e a nossa qualidade de vida em geral. Alguns julgam que agimos dessa forma por fraqueza, falta de disciplina e de força de vontade. Entretanto, cuidar de si mesmo e fazer coisas em benefício do próprio bem-estar deveria ser algo que acontece sem esforço algum, de forma natural e espontânea. Mas não é o que ocorre. Racionalmente, não faz sentido prejudicar a si mesmo.

Agimos dessa forma guiados por fatores inconscientes. São sentimentos negativos que acumulamos durante a vida, que encobrem o nosso amor próprio, baixando nossa autoestima. Surgem processos de autopunição e autossabotagem. Dentro de nós existe uma essência verdadeira, mais profunda, que está sempre lá, em paz e feliz. Entretanto, essa essência verdadeira pode estar temporariamente encoberta com nuvens negras que nada mais são do que sentimentos negativos que acumulamos durante a vida e que nos impedem de sentir paz e alegria que é o que temos na nossa essência. As nuvens não fazem parte de nós e podem ser dissipadas. A essência continua sempre lá, pois ela é nossa única parte verdadeira.

As nuvens negativas criam uma entidade sofredora que tem vida própria e que toma conta dos nossos pensamentos e nos leva a fazer coisas que não são as melhores para a nossa vida. Sentimentos de medo, culpa, rejeição, traumas, mágoas, abandono, raiva, tristeza e outros fazem parte dessa entidade sofredora.

Essa negatividade é que nos faz ter preguiça de praticar exercício; leva-nos a comprar algo que não precisamos por impulso; convence-nos a começar a se alimentar melhor somente na segunda-feira que vem; faz-nos ficar na televisão até mais tarde e perder preciosas horas de sono que o nosso corpo precisa.

Eckhart Tolle, no livro “O despertar de uma nova consciência”, chama essa entidade sofredora de “corpo de dor”. Outros chamam de “sombra”. É ela que nos arrasta para os comportamentos destruidores, desde os mais leves aos mais pesados. Quanto mais sentimentos acumulados, maior será a força da sombra e mais destrutivos serão nossos comportamentos.

Pessoas que se envolvem com uso pesado de drogas estão sendo controladas pelas sombras que acumularam durante a vida que é composta por uma série de emoções negativas. E a maioria nem tem consciência que é essa infelicidade que elas não sabem lidar que as levam para a autodestruição. Não tem noção do quanto essa força tem poder sobre suas vidas. Aliás, a falta de autoconhecimento é tão grande que nem sabem que guardam tanta coisa emocional. Consequentemente, também não sabem que a única forma de melhorar ou acabar de uma vez com o comportamento destrutivo é através da eliminação dessas emoções em conflito. Enquanto essas emoções estiverem guardadas, será preciso uma luta constantemente para se manter longe da droga. Esse é o mesmo mecanismo que leva as pessoas ao vício do jogo; aos relacionamentos com pessoas agressivas; compulsão alimentar; compulsão por compras etc..

Sempre que atendo alguém com a EFT, o foco do trabalho é encontrar essas emoções negativas e utilizar a técnica para dissolvê-las. Assim, atuamos na causa fundamental que está por trás do comportamento. Depois que a emoção é resolvida, mudar o comportamento é uma consequência natural, não requer esforço. Você volta a ser quem você verdadeiramente é. Sai a nuvem negra que estava no comando.

Quanto mais equilibrados estamos, mais temos o desejo natural de cuidar de nós mesmos: comer coisas mais saudáveis, dormir mais cedo, exercitar-se. Quando tentamos mudar o comportamento sem mudar o que está dentro de nós, o resultado é que temos que gerar um grande esforço, que nem sempre conseguiremos manter por muito tempo.

Além dos comportamentos destruidores mais visíveis como os já citados, existem outros mais sutis. Nos relacionamentos, por exemplo, surgem dificuldades em impor limites; fazemos coisas que nos desagradam para agradar ao outro por medo da rejeição; brigamos por motivos bobos; geramos tensão ao sentir ciúmes e tentar controlar. Tudo consequência da atuação da nossa sombra.

André Lima

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